livro-arbítrio materializa o enraizamento histórico e cultural do Brasil por meio da justaposição física e simbólica de duas obras literárias. Página por página, os livros são agrupados um ao outro, fundindo suas narrativas e tornando difícil a separação sem um processo cuidadoso e demorado. O público pode tentar desgrudar as folhas uma a uma ou utilizar os puxadores para tentar separar os volumes – ação que pode resultar no rasgo das páginas, evidenciando a fragilidade e a violência desse desmembramento.

Exposto sobre um suporte de Bíblia, a obra dialoga com a ideia de fundação, imposição e disputa de narrativas na história do país. Entre união e ruptura, permanência e destruição, livro-arbítrio tensiona as relações entre identidade, memória e poder, questionando o quanto da nossa história pode realmente ser separado sem perda ou cicatriz.