por dentro sou vermelha, por fora sou dourada

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por dentro sou vermelha, por fora sou dourada 〰️

Os atos sequenciais da série por dentro sou vermelha, por fora sou dourada fabulam, ou não, camadas de violência simbólica e histórica a partir de imagens atravessadas por narrativas coloniais, arquiteturas institucionais, traumas e afetos herdados. 

A série se desenrola sempre à noite, num estado sensível entre a consciência e o delírio, como se as figuras retratadas habitassem uma suspensão: vagabunda, capturadas entre o gesto e o repouso, entre a encenação e o colapso, como a própria artista, que ora vaga em semiconsciência, ora se dissolve entre o sono e a imagem. 

As fotografias encarnam o noturno como território de repetição, exposição e alucinação, em que a matéria dorme, mas a imagem permanece desperta. Uma política do adormecer que nunca é pacífica: cada cena ecoa como vestígio de um ritual interrompido. 

por dentro sou vermelha, por fora sou dourada, 2024

impressão sobre papel Film Matt SC; backlight;

138,8 x 204,5 x 10 cm;

fotografia externa por Julia Thompson.

Fotografia externa por Julia Thompson.

Fotografia por Edouard Fraipont.

Fotografia de registro da obra à noite.

Detalhe da obra.

detalhe.

detalhe.

detalhe.